UM BEIJO!

UM BEIJO!

- Estou nascendo, ampara-me com um beijo!

Sinto-me como uma folha levada pelo vento

Declamando versos de alegria e prazer

Sobre a anatomia inspiradora do teu corpo

Vou sem máscaras e sem vãos temores

A derramar lágrimas de desejo e gozo

Sentindo todos os teus perfumes...

Nossas línguas e bocas ganham vida própria

Ah, como puderam traduzir num número

Um ato gerador de tanta felicidade?

(Ignorando a censura de "moralistas")

Tua cabeça entre minhas pernas, em frêmito

E a minha entre tuas coxas com toda calma...

Murmuras algo e já sei o que pedes

Queres que em ti penetre até tocar-te a alma!

- Estou vivendo, perde-me com um beijo!

Como as ondas do mar tocam a areia

Num vai e vem descontrolado, interminável

Lá vou eu levitando, ao teu canto de sereia

Não queremos orgasmos, e sim o deleite

- Como dizia La Fontaine em Epigrama

O prazer é o que a alma possui de mais raro -

De estarmos assim, amados, em mútuo aceite

Mas, enfim vencidos neste enlace

Inundas-me de teus líquidos de êxtase

E eu esguicho de amor em tua face.

- Estou morrendo, salva-me com um beijo!

Leopoldina, MG, 26 de fevereiro de 2007.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 01/03/2007
Código do texto: T397427