CHUVAS DE DEZEMBRO

Flagrei-me sentado na sombra de uma calçada,

Em noite calma , que a luzes das ruas acalmava o meu olhar,

Permitiam que as meras imagens dos poemas íntimos,

Desviassem meu olhar as arvores choronas que tocam o chão com seus galhos querendo beijar o solo.

As vezes eu preciso acalmar meus olhos,

Eu amo ser desprendido...

Do tempo, dos números e das filosofias humanas.

Mas é dezembro e as nuvens espantaram todas as estrelas do meu olhar,

Então meu tímido olhar partiu na esquina sombria que anunciava a chuva,

A garota deixou toda sua pressa de chegar espalhada no tempo,

Talvez com enorme desejo de se aconchegar em seu lar e talvez pensar em seu amor.

Mas é assim, as chuvas de dezembro encharcavam as nuvens, e logo as águas iam fluir normalmente,

As vezes perco tempo um pouco , ouvindo essas chuvas na intimidade da noite.

E penso...

Será que ela está pensando em mim do mesmo jeito amável que penso nela?

Ou será que ela está pensando nas margaridas brancas que se espalham por todos os canteiros dos jardins.

A rosa branca me mostra uma garotinha de sombrinha brincando e amparando com as mãos as chuvas de dezembro ,

Ela é a bailarina mais linda que meu olhar pode criar nas chuvas de dezembro.

Quando as chuvas de dezembro terminarem,vou suspirar seu amor em minha alma, para nunca esquecer sua ternura e seu dócil e meigo olhar.

Suspire também e não me esqueça!

E lembre-se que outros dias serão melhores,

E eu não quero ficar preso só nas chuvas de dezembro,

Não!

Não sem você e seu dócil e meigo olhar que me atrai de mais,

Igualmente as chuvas de dezembro.

Schiavinotti.