Amor ? Loucura!

Repousa em meu coração uma velha angústia

Que conheço dos tempos em que meu coração ainda batia

Angústia velha, cansada e já desbotada, que reflete em tons pastel

O mesmo retrato todo dia, o retrato de um sentimento morto

Preso pelo prelúdio de minha alma nesse manicômio nomeado amor.

Começaram as juras novamente e as flores aos seus pés

Os rabiscos no caderno em busca da frase perfeita, do poema a ti.

Ah, pobre coração amaldiçoado, maldição do amor, doce maldição

Que se faz presente em cada sentimento corrosivo, de ternura à felicidade

Que se faz presente a cada gota de tinta que com a pena mancho o papel.

Sangue venoso correndo em veias de camisas de força,

Injeções e pílulas, para a síndrome de quem ama

E as velhas seringas de agulhas enferrujadas

Ainda são usadas para aplicar doses diárias de amor mórbido,

Que infiltram em minha corrente de sangue-amor

Para envenenar-me com tais esperanças doentias.

Notórias, são as marcas dos tratamentos de sua eletro-vaidade,

Que me invade pouco a pouco, e traz-me súbita e dolorosamente

As lembranças carbonizadas do que um dia chamei de amor.

E no fim por deleitar-me com tais cousas do amor

Declaro diante desse relato de sofrimento,

Amor? Loucura!

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 30/09/2007
Código do texto: T674827