Amor ? Loucura!
Repousa em meu coração uma velha angústia
Que conheço dos tempos em que meu coração ainda batia
Angústia velha, cansada e já desbotada, que reflete em tons pastel
O mesmo retrato todo dia, o retrato de um sentimento morto
Preso pelo prelúdio de minha alma nesse manicômio nomeado amor.
Começaram as juras novamente e as flores aos seus pés
Os rabiscos no caderno em busca da frase perfeita, do poema a ti.
Ah, pobre coração amaldiçoado, maldição do amor, doce maldição
Que se faz presente em cada sentimento corrosivo, de ternura à felicidade
Que se faz presente a cada gota de tinta que com a pena mancho o papel.
Sangue venoso correndo em veias de camisas de força,
Injeções e pílulas, para a síndrome de quem ama
E as velhas seringas de agulhas enferrujadas
Ainda são usadas para aplicar doses diárias de amor mórbido,
Que infiltram em minha corrente de sangue-amor
Para envenenar-me com tais esperanças doentias.
Notórias, são as marcas dos tratamentos de sua eletro-vaidade,
Que me invade pouco a pouco, e traz-me súbita e dolorosamente
As lembranças carbonizadas do que um dia chamei de amor.
E no fim por deleitar-me com tais cousas do amor
Declaro diante desse relato de sofrimento,
Amor? Loucura!