Sonho tolo.

Uma lua

Que passeava despreocupada

No céu de uma alma

Deixava poeira de estrelas

Ao arranhar o olhar

Achando que provocava

Se embaraçando no horizonte

Desfazia enfumaçar

O pôr do sol rosado

De uma tarde enxuvarada

Nos rios dos quintais

Corria entre flores despetaladas

Travessa fada ousada

De olhares, bocas e outros quetais.

Parecia divertir-se, sem espanto

Livre das chuvas e das cores

Na pressa das dores

Avessa aos senhores

Donos dos pedestais

Num pequeno morro

Dono de um castelo

Um gnomo e seu chá

Raízes e outros sais

Jazia inerte solene

Como se pudesse ou pendesse

Dele a licença do mundo

Para aprender a sonhar