Deforme

Lagrimas silenciosas molham meu rosto de papel

Desfigurando-o e mostrando a verdade do que não é real.

Correndo tal rosto frígido, pálido e impassível

Traz-se a tona a amargura de tão disforme ser

Traz-se a tona aquilo que tentei esconder.

Dei-te flores de papel tão amargas quanto eu

E meu declive ao romantismo ? Fiz dele caixão

Para morrer dele meus lábios sem mais nada dizer

Para afogar-me nas minhas insípidas lagrimas

E retorcer meus pensamentos obscuros.

E sem dar-me conta no furor de minha melancolia

Fiz frívolo o resto de meus sentimentos

Tornando-me oco, vazio, amargurado e apático

Tornando-me o que hoje sou e deixo transparecer.

Através das lagrimas silenciosas molham meu rosto de papel

Desfigurando-o e mostrando a verdade do que não é real.

Correndo tal rosto frígido, pálido e impassível

Se trouxe a tona a amargura de tão disforme ser

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 31/12/2007
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