ONDE MORAIS?

E era noite, a poesia pairava no ar.

E se fez carne... Porque era sábado,

Fez-se Vinícius para ensinar a amar.

Com a sutileza e doçura

Que os professores e mestres têm

Ensinaste-me as primeiras rimas,

Os amores que com a vida vêm.

Onde morais agora poeta?

“Que te disse a poesia?

Sentiste angústia poeta,

Ou um espasmo de alegria?

Canta! Canta, porque cantar

É a missão do poeta.”

Canta a beleza da mulher, poeta!

“As muito feias que me perdoem.

Mas beleza é fundamental

E sorrir é questão de paciência.”

Canta ao amor

Em rimas precisas, poeta!

A razão e o coração

Devem andar de mãos dadas.

Canta o amor, poeta!

Para um pesar quase certo

Nas balanças da vida,

A certeza das coisas desejadas.

Canta o amor que “não traz

O exaspero das lágrimas”,

Mas a eterna dedicação:

“De tudo ao meu amor serei atento...”

Canta a poesia, poeta!

Que “a vida vem em ondas como o mar

Azul e branco, branco... Azul e branco”

Num vai e vem infindo.

Canta a vida, poeta!

“Mas oh, não se esqueça da rosa da rosa”,

Quem lembrará de ti poeta,

Se ela a tudo um dia por fim?

“De repente, não mais que de repente...”

O Poeta maior te chamou.

Agora és poeta dos anjos,

Estás a rimar na paz.

Meu caro poeta Vinícius...

Poderias ter demorado mais!

Poesia elaborada para o evento Versiprosa/2004

Tributo a Vinícius de Moraes - Realizado pelo CEFET/AL

* Publicada no Livro de Coletânea do CEFET/AL, 2004

Ceiça Lima
Enviado por Ceiça Lima em 21/05/2009
Reeditado em 07/05/2010
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