DEDICATÓRIAS
Ah! Pensais que das dedicatórias
vos contarei todas as suas histórias?!
Se já vos oferto as palavras, as rimas,
as frases - do sentido as primas?
Perdão! Estas dedicatórias, com um só destino
encantam nos versos, mas não visam o tino!
O tino reside na alma, na calma - no amor
pertencente ao dono, no texto, do ardor!
E isto é segredo escondido: trancado com traves;
guardado em meu peito a mais de sete chaves!
Ao leitor oferto o perfume, a cor do curtume,
o belo poema isento de queixume,
repleto dos ventos soprando as ramagens
na luz das paisagens, ao som das paragens...
Mas das dedicatórias, o sumo, o sabor celeste do humo...
Ah! Isto pertence - somente! - ao meu amor secreto,
discreto, dileto - e por inviolável e pétreo decreto!...
E disso, isto é tudo o que eu posso dizer...
(O que eu posso fazer?!)
Eu assumo!
Com amor,
(em 1985)
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