CONFIDÊNCIAS



Quando nada tinha o que fazer
recostado na poltrona
olhando a televisão à tarde,
quase noite

Massageando os meus pés

me dizia: quando eu me for desta vida
quero que seja assim, você junto a mim
como agora, sem pressa nem carência.

Quando eu me for desta vida
quero que fiques um pouco mais perto de mim
e, se puderes, me reanima.

Quando eu me for desta vida
ainda ali, perto de mim
fecha meus olhos
e, se tiveres forças, me vista

Amanhã poderá ser tarde demais
Não sei porque sinto essa saudade agora.


       (Retirado da obra "Reminiscências Mornas" da editora Ágora da Ilha. 2002)

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 30/06/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1058178
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