CONFIDÊNCIAS
Quando nada tinha o que fazer
recostado na poltrona
olhando a televisão à tarde,
quase noite
Massageando os meus pés
me dizia: quando eu me for desta vida
quero que seja assim, você junto a mim
como agora, sem pressa nem carência.
Quando eu me for desta vida
quero que fiques um pouco mais perto de mim
e, se puderes, me reanima.
Quando eu me for desta vida
ainda ali, perto de mim
fecha meus olhos
e, se tiveres forças, me vista
Amanhã poderá ser tarde demais
Não sei porque sinto essa saudade agora.
(Retirado da obra "Reminiscências Mornas" da editora Ágora da Ilha. 2002)