A Procura

Não sei onde estás agora. Só imagino

que fugiste, sem bagagem e sem nome,

como querendo escapar de um destino

que agora a apenas um de nós consome.

Na verdade, nem sei bem porque fugiste,

ou porque, neste momento de fraqueza,

duvidaste de um amor que havia, e existe

ainda mais forte e vivo diante da tristeza.

A procurar teu vulto a vista corta os ares

e o olfato se aguça em busca do perfume.

Vago nas ruas e nas casas, pelos bares,

sem demonstrar cansaço e sem queixume.

E por mais fundos que sejam estes mares

ou que escarpadas sejam aquelas serras,

vou te buscando em todos os lugares

movendo, pelo amor, os céus e as terras.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 28/03/2012
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