ESMAECIDA
Foste como a flor do vale
Que adormeceu com a tempestade
E o vento levou para longe
Nenhuma lágrima, só as pálpebras adormecidas
Foste como a flor do vale
Em noite de tempestade, com preguiça
Porque já era noite não acordou
Continuou dormindo
Foste como a flor do vale
Que açoitada pelo vento da madrugada
Foi para bem longe
Ainda agonizava
Olhos cerrados pelo frio que passou.
Deixou a vida, o tédio e adormeceu
Ao pressentir de longe a tempestade
Fechou os olhos e dormiu
Dormiu
Com o nascer do sol.
(Retirado da obra "Reminiscências Mornas" da editora Ágora da Ilha. 2002)