ESTILHAÇOS DE SAUDADE
 
A casa continua amordaçada
Nos espelhos... Reflexos de tristeza
Teu sorriso que era feito de alegria
Hoje em meio à calmaria... Feneceu
 
Cheiros, objetos e a abstinência
Ah! Este vício de te amar...
Paredes mudas e o amor padece
 
E em terceira pessoa me descrevo:
 
“Pobre homem... Lutando, lutando
Carrega um coração diluído
Que derrama lágrimas azougadas
Pela ausência que lhe beija o leito
 
E por algum tempo
Seu tesouro enriquecerá novos lares
E seu amor refletirá em outros olhos ”
 
Ao retomar o discurso,
 
Te procuro na intima escuridão
Mas o corpo ainda é ímpar,
À sofrível espera do que seria par
 
A saudade abraça minh’alma
E a indelével solidão
Apenas sorrir.
 
Ah! Tempo,
És o meu maior martírio.
 
Mais uma alvorada;
Um novo crepúsculo;
E tudo continua tão vazio
(...) O coração está trincado...
Mas ainda bombeia.


(Fábio Ribeiro - Agosto/2015)