TORMENTOS MATERNOS

Quero abraçar-te, filha minha,

Sentir-te nos braços outra vez;

Beijar-te a pele macia...

Ainda sonho com isso. Tu crês?

Quero cantar-te cantigas

das muitas que sei, de ninar,

Mas saem-me notas sentidas,

Que só me fazem chorar!

Choro a saudade contida;

Choro com a alma partida...

Não posso te embalar!

Choro o colo carente e vazio

Que trago vivo, por um fio,

Sentindo um espaço a pairar!