Deformidades

Hoje por tanto tempo olhei as mais belas paisagens,

Mas meus olhos só enxergavam crueldades,

É assim em todas as imagens, por mais belo que sejam,

Atraem aos meus olhos, apenas as deformidades.

Procuro em meio à multidão, fugir da solidão,

E nas coisas mais belas da vida,

Enxergo apenas o vazio,

Será que sou atraída sempre pelo mofino?

Minha alma gelada não aquece com o verão, é um vácuo,

E tudo se transforma em solidão.

As formas estão ali, mas as vejo deformadas,

O Verde esta ali, mas enxergo o negro que não existe,

A visão objetiva da realidade perdeu-se no vazio,

Não reconheço o que é mais interessante,

Se é só para mim, ou para o resto da humanidade,

As lágrimas atrapalham minha visão eminente.

São deformidades, que vieram com o tempo,

Com a angústia, descrença, o soturno.

Não sei se verei as coisas como são ou aparentam ser,

A partir de hoje, mais um pedaço foi tirado de meu regozijo, do meu crer.

Por: Rafaela Malon

Rafaela Malon
Enviado por Rafaela Malon em 15/01/2009
Código do texto: T1386908
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