Despedida
DESPEDIDA
Ao te ver ali daquele jeito, tão
frágil, imóvel, corpo sereno,
inerte, nenhum gesto, apenas o
silêncio, aa dor, nunca pensei
que teria de ser eu a escolhida
para te ver daquele jeito pela
última vez.
Ajoelhei-me junto a ti, rezei como
sabia. Tu continuavas ali, imóvel.
Eu, já com saudades, arrumei
os teus cabelos brancos, porque
estavam em desalinho.
As flores que cobriam o teu corpo
estavam murchas de tanto que me
esperavas. Acariciei-te mais uma
vez o rosto, despedi-me de
ti com um beijo na testa.
Tu ainda continuavas ali!
E eu já sentia saudades de ti!
(Retirado da obra "A Felicidade Sem Fronteiras" da editora Agora. 1997)