DESENCONTRO.

Onde estavas tu?...

Quando meus cristais se partiram;

Quando nas madrugadas molhadas,

meus passos ecoaram nas calçadas

na busca frenética por paixão.

Onde estivestes tu?...

quando meu coração,

afogou mágoas em fel

na mesa de um bordel.

Onde estavas tu?...

Enquanto a juventude

fugia-me entre dedos

e eu buscava na orgia,

algo que fosse magia

para esconder meus segredos.

Onde estava... eu?

Quando surgistes radiante,

como uma estrela brilhante

na noite quente do Verão.

E agora?... De que me adianta?

Não tenho mais energia,

não tenho mais a alegria

dos meus tempos de antes.

Tudo saiu errado!

O tempo, o meio e o espaço.

Do lodo onde afundei,

brotastes exuberante.

Como o Lírio que extrai

beleza e perfume

do pântano mal cheiroso,

tu fizestes das minhas mazelas

as tuas iluminadas passarelas.

Depois, desfilastes, ignorando-me,

pois não sou digno da tua luz,

e o que resta-me é a cruz

do malfadado desencontro.

Seu Jorge
Enviado por Seu Jorge em 27/05/2007
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