DESENCONTRO.
Onde estavas tu?...
Quando meus cristais se partiram;
Quando nas madrugadas molhadas,
meus passos ecoaram nas calçadas
na busca frenética por paixão.
Onde estivestes tu?...
quando meu coração,
afogou mágoas em fel
na mesa de um bordel.
Onde estavas tu?...
Enquanto a juventude
fugia-me entre dedos
e eu buscava na orgia,
algo que fosse magia
para esconder meus segredos.
Onde estava... eu?
Quando surgistes radiante,
como uma estrela brilhante
na noite quente do Verão.
E agora?... De que me adianta?
Não tenho mais energia,
não tenho mais a alegria
dos meus tempos de antes.
Tudo saiu errado!
O tempo, o meio e o espaço.
Do lodo onde afundei,
brotastes exuberante.
Como o Lírio que extrai
beleza e perfume
do pântano mal cheiroso,
tu fizestes das minhas mazelas
as tuas iluminadas passarelas.
Depois, desfilastes, ignorando-me,
pois não sou digno da tua luz,
e o que resta-me é a cruz
do malfadado desencontro.