SOZINHO





Da cambraia de linho
Extrai o meu amanhecer
Fiz do ouvido uma concha...
E neste cruel passatempo
Transformei o meu entardecer
Num firmamento atormentado
Não fiz alarde,
Não reclamei do vinho derramado...
Achei-me sem o nécta das flores
E sem o ninho das aves
Alguma vez no manto da noite,
Apenas senti saudades
Da minha infância
Na qual nunca me senti sozinho!