BAILE DE MÁSCARAS

Paulatinamente borbulha uma coisa negra

Ilusionando claramente a lógica insensata.

Laureando a sanidade mental fartamente

Infinitamente sã, consciente, reservada.

Perdidos em espaços abertos fantasmagóricos,

trespassando os cotidianos normais, os sentidos, todos, obrigatórios,

ocultos e amassados dentro do baú enferrujado de moralidades,

cargas, pesos, fantasias, invólucros transparentes,

ávidos de lucidez, verdade e justiça.

Pesando, somando... E insensatamente dividindo ultimatos, vozes de alerta, alto lá...

Animando os bailes negros de máscaras,

nulo, inútil, importuno, o sentido mais profundo.

Omitindo, colocando terra e sepultando o fundo mais fundo.

(1984)