VERSOS AO INVISIVEL
A você, talvez um poema em tom maior...
Se aqui estivesses, entre o meu concreto
das visões, de um fraseado sem pausa...
Mas tu vives, agora, no silêncio do stacatto.
Então, talvez, um poema em tom menor...
Versos em semitons imateriais...
Indefiníveis, transcendentes, atemporais...
Mas, então, não te justificaria.
Pois és fusão perfeita do concreto e do invisível
à imperfeição temporária dos pobres sentidos...
És presença mais palpável que o visível,
na solidez pungente do tempo...
És o carinho mais sensível
que o mais suave dos toques materiais.
És bondade e luz...
Amor e sensibilidade,
que só alguém outrora amalgamado
pelas dores e louvores
deste mundo em luz e sombra
pode algum dia vir a ser!
A ti, então, que de há muito és luz, e cor,
e perfume e sabor, e música,
e o mais elevado Amor
das sublimes esferas...
este poema...
Não mais, por ora,
que gratidão, e, da alma, o mais terno ardor!
De entre as sombras e incertezas
de dias nevoentos e claros,
onde somente entrevejo
alegria e a felicidade sublime
quando iluminada
pela existência de uma sinfonia
regida pela tua presença,
com os teus gestos de cura,
ternura,
consolo, brandura,
compaixão, paciência...
Em perfeita harmonia...
Semitons celestiais da alma.
O mais singelo e excelso torpor...
À Iohan