"Eternamente Breve e Que a Terra Nos Seja Leve"
"...Breve não é a vida, ela não deixa de pulsar nos corações dos que nesta existência permanecem depois que partimos.
Breve sim é o viver, este se extingue no último suspiro, o último grão de areia que escorre pela fina passagem da ampulheta.
Portanto o importante é fazer da brevidade do viver um eterno momento. Onde o suspirar pode não ser o da partida e sim de prazer, o adeus pode ser momentâneo e o partir uma uma curta viagem.
Reflita cada palavra dita e evite a palavra não dita.
Aquela que só lembramos de dizer depois da despedida.
Onde não tem mais desculpa, onde as flores se murcharão.
Afaste-se da palavra mal dita e aproxime-se do coração das pessoas, do seu coração e do seu bem.
Que neste teatro que encenamos nosso viver o último ato seja o de amar.
O resto nada mais é que pura humanidade, ciúmes, invejas, vaidades. Ruins energias que para sobreviver dentro de nós precisam ser irrigadas.
Troque o ciúme pela compreensão, a inveja pelo contentamento, a vaidade por algo doce e lambuze-se feito criança.
Extermine estas daninhas ervas e terás um belo jardim, com muitas flores a emanar o perfume que há em ti..."
("Eternamente Breve e Que a Terra Nos Seja Leve", by Carlos Ventura)