Sonho lindo
SONHO LINDO – dez/1996
Disperso olhava o abstrato.
Vagava procurando um objetivo,
Ora quedo e mudo permanecia.
Eis que o éter estrato
Condensa-se, deixa o subjetivo,
Toma forma. Uma imagem de mulher surgia.
Manto azul; veste branca,
Irradiando luz intensa, brilhante,
Aroma floral de rosas mil.
Face bela de candura franca.
Olhar meigo, sorriso a todo instante,
Espelhava, entretanto, tristeza sutil.
Mansamente sua boca balbuciou:
“Filho! Transmite o meu temor,
Minha angústia, minha decepção,
Pelas ofensas feitas a quem tanto amou,
Que em sacrifício se deu com ardor,
Na cruz, trazendo a salvação”.
De maneira suave como chegou
Envolta pela luz, desapareceu.
Pouco a pouco, a luz se apagou.
Ficaram a imagem que na mente não se desvaneceu
E a mensagem de amor que também não passou.
Rildége Acioli