Compassado

O que eu quero dizer

É para nunca esquecer

Somos seres pensantes

Muito mais alucinantes

Alucinados por um convívio artificial

Que implantam em nossas mentes

Pobre e frágil ligação moral

Que nos deixam dementes

Somos flagelos de vários convívios

Que não há formas tão simples de viver

De uma adoção de poderes cívicos

Amortizando a supremacia do poder

Só gritamos para os céus quando precisamos

Decentemente gritamos, há algo errado

Vamos Gita - canta Raul - lutamos, lutamos

Sociedade alternativa! Estamos parados!

Sopra o vento quente de um planeta

Sinto que não sabemos nada de arte

Penso que carregamos nossa maleta

Estampada de convívio e encarte

Quem somos? Numa canção de legião

Há um tempo perdido. E agora?

Fomos martelados de culturas, uma multidão

Sempre jovens achados sem demora

Situaremos nossa vida em cima do muro

Para enxergar todos os dias o além

Trazemos nosso cartão postal do escuro

E alagaremos a esperança do bem

Os barracos e as agonias

São frutos de um sistema

Que não está formatado

Ainda virão mil maravilhas

Será o mais belo poema

Que estará ao nosso lado

Protagonistas irão se reconhecer

As pessoas irão gritar e chorar

Pois a imagem bem nítida irá aparecer

As sociedades irão queimar o véu

Que escondiam o mundo real, o mel

E a luz da razão a crescer

Vamos sair logo dessa Prisão

O projeto é o Panopticon

Eles conseguem ver toda multidão

Controlam com absoluta visibilidade

Pois têm o poder da visão

Desde País até em sua cidade

Mas o importante vou te dizer

Controlam a mim e até você

Sou aquele que Rodin dizia ser

O Pensador de temas mais diversos

Indago o tudo e o nada sem temer

Com meus enigmáticos versos