Relento

No relento da rua

Estou com a mente nua

Acalentando o poste que brilha

Perto de uma matilha

Que morde a cadela nua

Escuto a música preferida

Danço a melodia referida

Escuto as falas que ecoam

Das bocas suaves soam

Apagando com a voz a ferida

Escrevo e logo percebo

No local analiso e revejo

A bicicleta que toca a canção

Que liberta a mente da alienação

Antes de dito prevejo

Faço tudo isso em companhia

Do vento, e da rua que chama o dia

Em cima de um capô de carro

A minha simples poesia narro

Com a mais pura ousadia

Agora que estou concluindo a minha prosa

Percebo a calçada luminosa

Que reflete a luz artificial

Que salienta o poder do intelectual

Até as silhuetas do amanhã

Vou construindo minha rima sã

Com um dos porquês que levo na vida

Que jamais foi falada e esquecida

Como o canto do Acauã