Eu a poesia despudorada...

Nada que venha de ti me magoa ou faz doer

Nem teu olhar dissimulado,

riso desdenhado

me ssustam mais.

teu dedo em riste

é prazer que não resiste

este meu estranho paladar

esta fome voraz,

de querer sempre mais.

ainda que me xingue esta voz rouca

há na boca os dentes lindos que me mordem e sangram...

e quanto mais me abates, humilhas, mais eu gamo!

No suor que me toma as noites

em que o medo é o meu maior prazer,

Nesta vigília a te esperar

aflita,

eu,

pecadora Maria,

vagueio tonta, nua entre arcanjos

recitando os versos de Augusto dos Anjos,

e, nesta poesia te desnudo a alma,

O perfume da flor que de ti exala, embriaga

e isto basta.

Entre lençóis de espinhos

dou-te todo meu carinho

cospe-me a face

e com teu disfarce

arranhas-me a pétala

solto meus ais!

nada que vem de ti machuca, amor

De ti nada é demais!

Marisa Rosa
Enviado por Marisa Rosa em 11/02/2008
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