Utopia do esquecimento
Utopia do esquecimento
Olhe para aquele velho,
Persiga seu olhar perdido.
Porque esperar a sentença tardia
Daquilo que desejamos esquecer agora?
Será que dentro daquela nostalgia
Encontraremos nossa redenção desencantada?
Olhe para nossos piores mitos,
Eles são o clamor desesperado de nosso desapego,
A razão ponderada que impetra crueldade
Nossa divindade é o eco
Daquele medo petrificado
Que testemunhamos como nome.
Olhe sua poesia,
Este espectro que te exorciza,
Toda essa mudança de estações,
Essa celebração erudita da catástrofe
Como é consagrar o absurdo?
Olhe sua esperança,
A melancolia do piano
E o frenesi agudo do violino,
A criança inocente dentro de ti.
Não olhe nada,
Saboreie a fantasmagoria.
Seja excêntrico
Delire a Utopia.