Lillith

Lillith,
Deusa negra no céu surgida.
Quando à sombra da Terra
Dos raios solares te ocultaste,
Tingindo-se de púrpura coloração
À Terra teu brilho de sangue emprestaste,
Naquela noite plena de estrelas
Que no céu formavam solenes a sua corte.


E tu, Lillith, majestosa e bela,
Emprestava aos céus, naquela noite,
Sanguíneos matizes de rara beleza,
Imergindo a Terra em uma profusão de luzes
Avermelhadas e misteriosamente belas.


Teu disco, outrora suave e pálido,
Tornara-se rubro e incandescente,
Abrasando a Terra e os corações dos seus habitantes.
Lillith, como preciosa granada de tamanho descomunal,
Lapidada com extremo esmero, reinavas, naquela noite,
Lançando no espaço sua purpúrea luminosidade.
E assemelhava-se a um novo astro surgido no céu
E em nada lembravas a lua pálida e prateada que eras.


E na Terra milhares de corações
Rendiam-lhe honrosa homenagem em forma de emoção,
Vibrando com sua mística coloração.
Inesquecível Lillith,
Lua negra no céu surgida,
Tua fascinante metamorfose durara apenas um instante,
Mas suficiente fora para gravar nas mentes
A indelével certeza de que és um mundo ressonante
De vidas e luzes sutis,
Neste universo tão perfeito!

* Este Poema faz parte do livro "Poemas ao Silêncio", da autora.
Arádia Raymon
Enviado por Arádia Raymon em 03/01/2008
Reeditado em 15/03/2008
Código do texto: T801840
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