“A Contrario Sensu”

“... Tenho pena dos que nos acham loucos,

Loucos nós?

Vivemos o que sentimos,

Fazemos o que queremos.

Sem pedir licença a ninguém.

Somos assim,

Algo que vai além do que a quântica física pode explicar.

Vamos além,

Muito mais além.

Alguém que está fora dos “Padrões”.

Será?

Pena que a primavera para eles seja só uma estação.

Para nós ela dura o ano todo,

Todos os dias,

Em nossas amorosas orgias.

“Padrões?”

Será que se compra na farmácia?

Tem contra-indicação?

Reações adversas?

Porões de tortura são as "mentes brilhantes",

Resplandecentes,

Que pensam,

Que falam,

Que medem,

Sem conseguir êxito.

Tentando dar um sentido "Padrão" ao que o outro sente.

Aí, se o outro for ele?

E se, o que sente o outro for por ele?

Padrões,

Borrões de tinta como um abstrato quadro.

Somos o que somos,

Abstrata arte.

Personagens principais da nossa exposição,

Uma aquarela de desejos volúpias e paixão,

Para nós o mundo é uma moldura e eles os Padronizadores,

São as paredes que nos sustentam!

O que numa exposição passa despercebido.

Alguém que visita uma exposição vai prestar atenção numa parede?

Obra-prima,

Feita de sentimentalidades e beleza.

Que se modifica a cada dia,

Que foge aos estéticos “Padrões” de relacionamentos.

Estereótipos do nada,

Rompemos todos os conceitos.

Quebramos todas as barreiras.

Vivenciamos tudo e consumimos nossa paixão como ardente chama em noite sem luar.

Não nos interessa os padrões e sim o amar.

Num se entregar sem conta,

Nesta rede virtual.

Mundo muito mais que real,

Pois de ambos os lados existe pessoas.

Vivas,

Latentes.

Só não enxerga quem não quer.

O gozo é de verdade.

Mesmo que seja curiosidade,

Os que ironizam morem de vontade de experimentar.

Mas...

Isso é para os que vivem no mundo da lua.

Deixe que pensem,

Que digam...

Eu sou a roda-viva,

O resto são Padrões,

Cálculos,

Pura aritmética.

Onde tudo é real e exato.

Métrica com um só compasso,

Sem cadência ou corpo lasso depois do prazer.

Não nos interessam os Padrões ou perdões,

Não devemos desculpas a ninguém.

A nossa lascívia relação é fato consumado.

Deixem que nos chamem de loucos ou tarados!

A nós isso pouco importa,

Temos a chave da porta que nos une,

Mesmo que a distancia nos separe,

Tornamo-nos alheios e imunes.

O mundo é nosso está ao nosso redor,

Mesmo que nos vejam sós e separados,

Eles nem imaginam o quanto somos apaixonados...”

(“A Contrario Sensu”,by Carlos Venttura)

Um texto sobre as influencias que as relações sofrem com as novas tecnologias, Paixões Vituais ou Pura Ciber Orgia?

Qual a sua Otica?

*A Contrario Sensu: Em sentido contrário. Argumento de interpretação que considera válido ou permitido o contrário do que tiver sido proibido ou limitado.