A MaiS dOce SinfOniA

O olor primaveril evolava das madeixas dela tal qual os primeiros sinais luminosos da manhã emanavam do firmamento. Logo a florada despertava, alindada pelo esplendor da sua comparecência, tornando os jardins mais viçosos e iridescentes. Igualmente, o deslumbre do arco multicor no céu era efeito da sua graça. Do seu gracioso e inolvidável sorriso. Dos seus olhinhos cintilantes e inspiradores do alegro dos pássaros. Da sua ternura e meiguice, serventias da salutar brisa campestre. Tão logo a avistava, o Sol desabrochava-se fulgente, as nuvens moldavam-se suntuosas. E o dia, mais belo nascia.

Os gramados eram mais verdes, para repousar as vacarias. Os poetas, mais afortunados, para fazer dos versos melodias.

Os lagos eram mais vistosos, de marrecos e Marias. Os mancebos, mais enamorados, recitando poesias.

As veredas eram tapetes onde se podia trilhar. As árvores, sombreiros pro matuto descansar.

Os céus eram mais azuis para parecer o mar. A vida, mais vivida por quem vivia a cantar.

E se a vida era canto, e o canto, melodia,

Ela era a mais doce sinfonia.

Angello
Enviado por Angello em 14/08/2006
Reeditado em 26/04/2007
Código do texto: T216318