MORREM AS FLORES...

O tempo, às vezes, se faz algoz e parece querer nos derrotar, rebentar, acabar... É assim que envia seus sinais... O tempo não afaga... Cobra o preço e dá o troco... É irredutível! Parece seguir indiferente aos gritos do coração e da alma... E nós o perseguimos sem saber exatamente por quê...

Flutuando nas névoas da vida, esquecemo-nos de regar as flores e estas, aos protestos, murcham... Mas, não as reparamos... Estamos por demais ocupados com nossas individualidades, com nossas mesquinharias e aqui, ali, acolá, vão murchando as flores... Passo a passo, dia-a-dia... Intoxicadas pelas distâncias, desconfianças, medos, silêncios e desatinos...

O amor... Este, ferido, fica relegado à uma lembrança, que não se sustém e ao coração faz engolir à seco os gritos da alma... No caminho já não se enxerga mais o retorno. E choramo-nos por dentro, pois não mais há lágrimas nos olhos... Já se secou tudo... Na sequidade, não mais existimos nós, somos apenas tu e eu em infernos existenciais, perdidos nas noites interiores... Um ao outro se chamando...

Depois de murchas e secas, meu bem, morrem as flores... Por vezes, sequer têm tempo de dizer ADEUS... Oh amor, que posso eu dizer-te se sou flor murcha, quase seca, longe assim de ti?

Resta-me apenas observar e esperar na sábia natureza que a tudo transforma... Que não conhece a palavra morte... Ela sussurra baixinho que nossas flores não morreram e sim espalharam suas sementes sob a terra para mais tarde, no irisar da primavera, brotar um esplendoroso jardim. Assim, meu bem, nosso amor desabrochará grande, forte, intenso e eterno...

A dor do momento é apenas o tempo de espera para a natureza recompor o mais belo horto que já existiu, com muitas flores, nossas flores, colorindo e perfumando nossas vidas, enfeitando nosso amor. Entre nós, tu e eu, jamais haverá ADEUS.
Então...
ATÉ BREVE, amor meu.

Ceiça Lima
Enviado por Ceiça Lima em 31/05/2010
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T2292060
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