Crepúsculo... A magia de um momento!

O Crepúsculo é a beleza que se repete e nunca se esgota, é a poesia desenhada no céu com as cores da saudade, é a centelha divina crepitando nos raios do sol que se despede do dia, é a chama de felicidade que permanece acesa em nossos corações depois que o sol, abraçado ao mar vai visitar o outro lado da terra;

O crepúsculo, visto de qualquer de lugar, é sempre maravilhoso, sublime, uma canção de amor que ressoa na terra para nos lembrar que a beleza é o encontro do divino com o humano em estado de sublimação;

Tudo isso eu sabia, só não sabia que esse crepúsculo pode ser vivido de uma forma tão intensa que é impossível traduzi-lo. Na praia do Jacaré – João Pessoa – Pb, ele, o crepúsculo assume proporções inacreditáveis. Quando Jurandir começa a tocar o Bolero de Ravel é como se Deus se movimentasse nas notas musicais que vão tomando conta do ambiente.


O silêncio, sem que ninguém peça, toma conta do lugar, e mesmo as crianças, presentes no lugar, parecem entender que aquele momento é sagrado. Os únicos sons que ouvimos são os acordes do sax e o suave balançar das ondas do mar que tentam acompanhar Jurandir e seu sax.


Confesso que mesmo tendo lido relatos* maravilhosos sobre este momento não estava preparada para viver toda aquela beleza.


É um momento que se vive de corpo inteiro. Com todos os sentidos. O som transcende a realidade e nos remete a espaços que imaginamos eternos, celestiais.

Os olhos parecem querer abraçar toda beleza do espetáculo e, incapaz de ver tamanho esplendor fecha-se automaticamente em uma prece de agradecimento, que traz a nossa boca um sabor suave de plenitude, de êxtase, um contentamento que umedece os olhos e deixa cair em nossos lábios o sal da felicidade que não cabe em nosso peito e desce em gotas de alegria.

O vento que toca nossa pele tem a delicadeza de um abraço acolhedor, é como se os raios de sol, misturados a música, tocasse nosso corpo em cumprimento as ordens superiores.


Quando o sax envia aos céus seu último acorde o sol, agradecido, desce lentamente, abraça a terra, beija o mar e deixa em cada um dos presentes a certeza de que amanhã ele fará um novo espetáculo, uma nova despedida, e será como se fosse a primeira vez... ficamos mais perto de deus/céu





Este texto faz parte do Exercício Criativo - Eu Confesso
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Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 27/09/2010
Reeditado em 30/09/2010
Código do texto: T2523027
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