A morte e o morango

Morte e morango
Cuidado, não vire rango
Dos vazios de coração!
Perderam a emoção.

Perdi a humanidade
A morte me fez deidade
Deus da morte, sociedade
das almas. Irmandade.

Não mato o morto, purifico
De sumir sempre corro o risco
Em minha jaula sossegado fico
(Até que venha necessidade extrema).

A batalha não é mais terrena
Espírito corrompido sem pena
Sem emoção grande ou pequena
Carcaça vazia buscando memórias

É o que conta a minha história
Fui humano, sou escória
Substituto e protagonista
Os inimigos me deram a lista

Abaixo assinado
Abaixo o morango
Só assassinado.

Contrariei a evolução
Fui nomeado o sem noção
A mim foi feita menção

Nada honrosa como guerreiro
Que uniu-se a sua espada primeiro.
Depois perdeu a identidade.

A morte e o morango
contam: Mero humano
Cortou a rua.
Fatiou a lua.
Virou deidade

Duração: Um golpe
Leia-se: Eternidade.