Solitude paradoxal

"E tu, como vais", sussurrou o vento
em eco crescente.
Vou com pernas, penas e vento,
O que aqui jaz?
Segredos ou pensamentos?
A solidão é coisa da morte.
Por isso vive eternamente.

Solitude paradoxal
A que aproxima muitos
Afastando os poucos
que são os mais loucos e próximos
de sua decomposta máscara.

Atitude banal
Custa os olhos da alma
Que já lhe foi arrancada
Pela foice da sobretudo negra
Sobretudo sombria
Sobre tudo sabia
Pois é sobretudo sábia.

O que aqui jaz
esconde-se aí detrás
de seu pixento capuz?

São irmãs decadentes
Ambas odeiam a luz.
Sombra e morte
que trazem solidão

Solitude paradoxal
Há de criar essa quimera
Revolta de uma fera
Que grita a muitos ventos
e nunca é ouvida
pelo ouvido do mortal.

By Dark, o yang.
Inspirado em uma pergunta de Maricarmo