Diálogo a tapas

A Arte da viajosidade é dialogar de vez em quando

Ela: A preparação é o caminho da desgraça que chega no ser (que morre na graça de degradação de uma ingratidão desalmada).

Ele: A preparação prepara a ação, a ação pré-histórica da falha, a falha pré-criada pré-vista no pó que nada via. E nestas vias de nada, ando par.ando e poem.ando, com minha musa de ancas de fartas curvas de poesia.

Ela: A visão é embaçada de uma desgraça premeditada. Vou vivendo na rua sem graça em que o tédio me amassa.

Ele: Ah, maço, sou tédio e teu cigarro, te fumo te embriago, sou o câncer de pelúcia que afaga tua alma num abraço!

Ela: Abraço mortal esse, que em um luar cria raízes...

Ele: Sou ainda as raízes, a natureza e teu lado obscuro, as asas do teu grito mudo. Sou nada, e só teu, sou tudo.

Ela: O tudo é muita coisa na eternidade de um luar sem vida, vive na escuridão da noite desalmada e se esconde no obscuro submundo de luz.

Ele: A luz é a cegueira dos que não conhecem a visão do lado cinza. O mundo gira parado. Calado grita o mudo. Eu sou igual a você, mas mudo.

Ela: O mudo grita dentro de mim a sua visão sobre o luar que vive dentro do vazio nesse mundo sem fim. Oh! Mundo frio, que desgraça lhe aconteceu?

Ele: Ah, minha reles aprendiz de criatura vivente, daquelas que rastejam em mim, mas estão por cima, não sei, nunca soube, aconteceu. O acontecer é nada mais que uma passagem para o ciclo que se repete enquanto se transforma. De que forma?

Ela: O ciclo se renova na virada da lua, que gira e nunca tem sua parada. Transformando-se no viver renascente, vive na forma sem graça de sua desgraça: sem alma. Sem viver ao amanhecer se torna, em sua esfera se transforma.

Ele: És de lua, minha cara, és de lua... Do clã lunático veio a alvura de tua pele, a revolta da maresia de teus olhos, as sedas de teus pelos e as imperfeições de tua alma. Varias como a lua de onde viestes, perfeição de imperfeições! Mostra-me mais, desnuda-te em suas próximas feições!

Ela: A lua não tem perfeição, apenas desilusão de um luar triste e vazio derramando lágrimas de um mundo que reluzem visões absolutamente iguais e sem graça, mostrando seu outro lado da desgraça.

Ele: O lado oculto é desgraça aos que não sabem ver, benção aos cegos, e vida aos que não entendem. A lua é perfeita nas imperfeições, e estas não o compreendem.

Ela: Compreender é para os tolos de boa fé, para que serve a visão se vivemos na escuridão da lua cheia? Que é mostrado na benção dos cegos compreendendo o não saber?

Ele: Minha senhora, teus servos já te disseram, as visões são muitas, dependem dos pontos de vistas de cada ponto, e de qual toca de raposa se observa sua graciosa arrogância de nobreza.

Ela: Nobreza é para os miseráveis que vivem na sombra de um luar, pois a toca das raposas não é tão graciosa quanto o luar.

Ele: A toca das raposas é a morada de um destes miseráveis, daqueles que flutuam sobre as folhas da floresta e observam a lua, linda e inalcançável pura cheia de imperfeições.

Ela: Fera selvagem é a lua ao ser observada da floresta emplacada. Na divina sabedoria ela morre, na toca da cascavel sem rosto, vivendo do seu lado obscuro.

Ele: Luas, tocas e animais... Quem somos nós nestas cenas de nós das florestas? Quem fomos, quem fumo? Quantas cinzas de passados, mundo...

Dija Darkdija e Deborah Pontes
Enviado por Dija Darkdija em 10/12/2011
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