Fuxico de amor

Viajo pelo sentimento, velejando no pensamento, aportando nas palavras. Solto o verbo e canto o verso que se transforma em poesia. Cada lágrima é uma canção que na música se converte, para ser mais intensa e poderosa, na medida em que passeio pela minha imaginação e me deixo acontecer, aqui, ali, alhures.

Nada há mais poderoso no universo do que o poder do verbo querer. Eu quero tão lá dentro de mim, que as palavras que profiro se espalham pelo tempo e germinam ao meu redor. Sou aquilo que sinto que sou, por isso penso que sou e de fato me faço ser naquilo que acredito que estou certo, na certeza de que sou.

O momento da entrega, em que o poeta e a inspiração se fazem um só e um deixa de ser o que é para ser aquilo que o outro é, pois poesia e inspiração, que se parecem tanto, são, no entanto, tão diferentes que coexistem no tempo e no espaço em espaços diferentes, apesar de tão próximos e por isso incoerente.

Faço da palavra aquilo que penso e do pensamento faço o sentimento. Assim, a gradação gradativa da filosofia que exerço é parte daquilo que acredito que é, mesmo sendo nada em relação àquilo que penso, pois o que penso é muito mais profundo do que isso aqui. No entanto, sou parte disso e nisto eu sou.