Vibras com o teu verbo no tempo?

Da placenta emocional ele nasce

Impactado pelo outro chora, celebra e sorrir

Na devolutiva do mundo, insatisfeito, aprende a amar

gostar e desgostar

E nesse intervalo...

Entre as cascas do corpo arborescente

Aborrecido sente e ressente!

Cresce e renasce...

Amanhece no mar!

Agora oceânico...

O corpo-anfíbio contrai as ventosas do tempo

Atravessado pelo desejo penetra nas ostras

E na sementeira da mente...

Inspira, o humúnculo, o pensar da pérola...

Que nutrida pelo ar do (des) amor, expira do fundo:

A estética do adeus é uma concha deitada no mar... ah, esses vazios salgados da paixão!

Ao abrir os olhos a larva espreguiça e lacrimeja

Desnuda, desidratada, desdentada

Da boca explodem estrelas!

E o que mais?

Uma concha de leite

Uma colher de areia

Uma porção de pedra

Um copo de espasmo

Um espinho de cacto...

Eclode, no teu inesperado!

Uma onda que vem e te colhe os passos

Um caminho de céu para as asas do teu verbo...

O corpo-atemporal segura as coordenadas na ponta dos dedos

Estica o fio do desafio entre os dentes da noite...

É o onirismo acordando o desejo, gestando a ideia

Onde o significado do signo é roubado.

Caracteres de um caminho descoberto...

Em curioso campo minado!

Seilla Carvalho
Enviado por Seilla Carvalho em 01/10/2012
Reeditado em 04/06/2013
Código do texto: T3911289
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.