A solidão vem do céu

Ser só, se sentir só...somente viver.

Olha-se em volta e nada vemos,

nenhuma luz, alguma flor, nenhum som se quer.

Não se quer ver, nem se quer ousamos perceber

nada importa, voltamos os olhos para cima

Vemos o céu, o imenso e tenebroso céu.

Tão fugaz, tão ausente com sua majestosa presença

Cai em cima de nós, com sua magnífica força

Sonhamos encontrar respostas, sonhar em perguntar.

Mas a solidão nos cai no peito,

rolando pelo nosso rosto um marasmo total.

Arriscamos um sorriso sem graça, não nos satisfaz.

De onde vem tal tristeza de inigualável presença?

Solidão poética do poeta que se foi para o nada.

Sem rimas sem versos, sem o porque de falar.

Olhamos ao céu de novo e temos uma certeza:

A solidão vem do céu que se desnuda de cor,

Da triste presença tão somente do vazio.

De repente, como num piscar de olhos,

toda a natureza se revolta, pássaros voam ao redor uma das outras,

Flores despertam aos nossos olhos, mostrando seu balé em rodopios.

Tudo fica interessante, seus lábios ficam coloridos

Suas bochechas rubras, você revive de novo.

O mundo repassa ante seus olhos.

Você renasce, nunca mais olha o céu.

E... sonha de novo.

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 13/05/2015
Código do texto: T5240360
Classificação de conteúdo: seguro