Vivo como vive um cigano.

Tem dias que a gente se sente. E é um sentimento tão intenso que perdemos a vontade de continuar, mas morrer é muito longe para se seguir adiante neste intento. Viver é ter consciência de nossa existência e sermos mais além. É ter uma vertente dentro do coração e deixar a vida se manifestar, é ter fé e acreditar que o melhor vai acontecer.

Ser poeta é sentir a brisa na vida e da vida o perfume de jasmim que viceja e transborda. Imaginar o canto da sereia e se inebriar como o marujo que se perde no canto e se amarra no pau das velas para ficar com a razão. É saber ser apesar de desconhecer e mesmo assim perceber da vida, a lida sem qualquer sentido e com toda a razão, e na certeza desconhecer.

Filosofar é deixar os pensamentos de lado e buscar as respostas lá no profundo do ser, na certeza de que tudo desconhece, mas que enaltece e descobre, se lança e permite passagem para o que traz a razão no coração de quem ama. O filósofo verdadeiro busca nada, apenas se abre e espera, pois sabe que o conhecimento vem, quando mantemos a mente aberta.

Vivo como vive um cigano. Tenho nada de meu no mundo e ao mesmo tempo tenho tudo, pois em essência tudo me pertence. Sou livre como o vento, mas tenho as minhas regras e a maior dela é exercitar o amor a cada instante, apesar e contra tudo e contra todos, na sapiência de que se assim eu me esforço, chegarei ao meu porto Divino aonde vou desembarcar.