Meu recanto

Tem vezes que eu me recolho em um canto, num recanto que mais parece parte do paraíso. Lá tem árvores à vontade, tem canto de bem-te-vi, tem peixe para o meu anzol e doce de buriti. Tem queijo fresco à vontade, qualhada, cuscuz e tapioca. Às vezes tem terra molhada e de noite até muriçoca.

Eu gosto de dormir na rede e ficar em paz com minha mente. Gosto de meditar sobre Deus e sentir a Sua Presença. E nestes momentos de paz, em que me encontro com a eternidade eu sou nada mais quos iguais, impresso na alma amada. Sou verso prosa e canto e faço de tudo um pouco com amor.

Neste meu tempo recluso, quando eu me sinto à vontade, eu sinto uma terna saudade de tudo o que sinto no peito. Tantas pessoas ali já passaram, tantas deixaram lembrança, eu fico com todas um pouco, ouvindo das andanças. Pobre daquele que pensa que existe separação entre os que ficam e os que vão.

E ainda sobre estes dias, eu tenho a lhes dizer que quem vive em sintonia com o seu mundo interior, tem pouco medo da vida, pois sabe que ela é fugaz. Sabendo que ela é ligeira, quem conhece a poesia da vida, sabe cantar por inteiro o hino eterno no amor e perdoa dos outros o pecado só lembrando o amor.