As interpéries do amor

Do nascer de um dia ao romper de outro, amores mil iniciam e terminam gelidamente. Muitas palavras que se esfumaçam silenciando bocas, calando murmúrios e fechando olhos impregnados de sonhos voluptuosos.

São assim as interpéries do amor, em nossos tempos atuais. Tudo é muito passageiro, sem vínculos e as responsabilidades são inexistentes.

Envolvimentos com pretenções futuras são nulas. Tudo transcorre superficialmente, fisicamente e torridamente vulgarizado.

As interpéries do amor hoje são nada mais nada menos que momentos banalizados, friamente arranjados e totalmente separados de qualquer sentimento maior e verdadeiro ou duradouro.

Sentimentalmente falando, expondo os sentimentos que me fazem relatar o que penso, o que percebo, obrigo-me a dizer que são sórdidos, impuros e de pouca consciente no que diz respeito a se relacionar, a receber e dar mutualmente, a respeito na verdade do que é a entrega de si próprio para descobrir juntamente com o outro a plenitude e a complexidade da verdadeira dádiva do amor.