SEXO E AS NEGAS

Como muita gente, eu também fui contra esta série. Talvez, pelo título apelativo demais que soava preconceituoso. Mas, um ano depois, resolvi assistir um episódio pela internet. E aquela frase ‘’Não julgue um livro pela capa’’ ou melhor ‘’Não julgue uma série pelo nome’’ fez muito sentido.

A série conta a história de quatro negras, mas antes de tudo, mulheres. Cada uma a seu modo, com um objetivo na vida, um amor mal resolvido e uma vida a ser vivida, e, se depender delas, da melhor forma possível!

Uma é cozinheira, outra camareira e a outra, recepcionista. Eu particularmente me identifiquei com a Tilde. Apesar de odiar matemática, admiro quem aprende a desvendar os segredos por trás dos números e, assim como amo as palavras, os ama.

Se fossem quatro mulheres brancas, não teria auê e nem um nome para se questionar. Infelizmente, o preconceito ainda gera reações de indignação como as manifestadas na porta da Globo. Mas no caso da série, foi bom, é como se tivéssemos uma alto-defesa contra o preconceito dentro de nós, afinal, foram anos de escravidão e mesmo tendo passado mais de cem anos, só quem é negro sabe como o preconceito, mesmo debaixo dos panos, recusa a passagem do tempo.

Mas para quem, por diversos motivos, ainda não viu a série, vale a pena assistir. Os episódios duram meia hora e tratam temas não apenas relacionados ao racismo, mas outros como, mobilidade, narcisismo, sonhos...Se não soubéssemos que as protagonistas são negras, a série não teria motivo algum para ser acusada de preconceito, pois narra o dia-a-dia de quatro mulheres que como toda mulher, trabalham, brigam com os namorados, saem para se divertir com as amigas e por que não? gostam de ter uma vida ativa.