O FERREIRO E O BURRO

Seguia pela estrada poeirenta

Que demanda às paragens do sertão,

Velho Ferreiro em caminhada lenta

A meditar, sozinho, em solidão.

Atrás, cavalgadura pachorrenta

Desferrada, a mancar, chama a atenção,

Que triste sorte! Que infeliz tormenta!

E passa levantando o pó do chão.

- Ah! Pobre e velho burro! - Pensa o artista

Curvado a caminhar, turvada a vista.

Mas com pena do pobre irracional.

- Pobre Ferreiro Velho! - Pensa o burro,

(filósofo da estrada, Dom Casmurro)

- Por que não me cavalga esse Animal?

Lucan
Enviado por Lucan em 26/02/2006
Reeditado em 08/04/2006
Código do texto: T116420