O FERREIRO E O BURRO
Seguia pela estrada poeirenta
Que demanda às paragens do sertão,
Velho Ferreiro em caminhada lenta
A meditar, sozinho, em solidão.
Atrás, cavalgadura pachorrenta
Desferrada, a mancar, chama a atenção,
Que triste sorte! Que infeliz tormenta!
E passa levantando o pó do chão.
- Ah! Pobre e velho burro! - Pensa o artista
Curvado a caminhar, turvada a vista.
Mas com pena do pobre irracional.
- Pobre Ferreiro Velho! - Pensa o burro,
(filósofo da estrada, Dom Casmurro)
- Por que não me cavalga esse Animal?