Meus versos !...

Meus versos !...

Só fiz versos desentoadas sem amor

Sem beleza, sem doçura e pouca arte

Forjados na desventura e amargor

Sem bagagem de singelo baluarte

Se valeis tão pouco, versos que escrevi

Posso eu, considerar-vos já perdidos

Com resignação, confesso nunca cri

Que com acolhimento fôsseis distinguidos

Se tecidos pela mão da desventura

Sem sentimento de alegria e irmandade

Sois companheiros da única censura

De lutas e desenganos da saudade

Sentireis o meu pranto em terra dura

Perdidos como eu na posteridade

Armando A. C. Garcia

São Paulo, 28/10/2008

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