COMO ADOLESCENTES

©Sicouza

Conhecer-te foi um legado

de meses plenos vividos,

com indescritível ternura e beleza,

no ardor de corpos nus cingidos

Suprema ventura foi conhecer-te

por longo tempo sonhada,

sem previsão de perder-te

de final nunca imaginado...

Os romances que conheço têm início

com texto de meio e final;

Nunca se encerram entretanto,

por causas imaginárias, ao acaso banal

Revejo-te no meu caminho

e sei-me teu, no contexto total;

Faço-me de cego, mudo, invisível,

por não querer-te numa cena final

Somos crianças insurgentes

nesta relação marginal,

finjo eu não querer-te,

sabendo que me faço mal

Nesta relação terminal

somos dois inconseqüentes,

um fingindo nada mais querer,

o outro dissimulando o que sente!

Goiânia, 30.01.06