Á MINHA MUSA DO NORTE
Como que a vejo, à noite, na sacada,
O rosto lindo sobre as mãos, sorrindo,
O olhar perdido na amplidão do nada
Nesse mundo de estrelas. Ó que lindo!
É a minha musa, lá do Norte. Fada,
Rainha do meu mundo, sacudindo
À força da poesia bem moldada
O pó dos astros pelo espaço infindo.
Minh’alma voa, corta essa distância
E vai admirar — em pensamento —
Os ideais de amor e de elegância.
Nos seus lindos cabelos brinca o vento
E assim minh’alma, em louca petulância,
Rouba-lhe um beijo... de contentamento!...