PERDÃO

“Escreva o que quiser”, você me diz.

Ó céus! O que eu queria assim dizer,

Ah! não pode ser dito. Eu sou feliz,

Mas não tenho esse esplêndido poder.

Eu sou o meu enérgico juiz:

Ah! como posso, indócil, escrever

Que a amo? Se não posso, de infeliz

Choro no poetar de meu viver.

Era como apagar a luz do sol,

Como encobrir a graça do arrebol,

Impedir o pulsar do coração.

Minha linda, por isso me abstenho

De lhe escrever, e, nestes versos, venho,

De joelhos, pedir o seu perdão!

Lucan
Enviado por Lucan em 02/09/2006
Código do texto: T230963