PERDÃO
“Escreva o que quiser”, você me diz.
Ó céus! O que eu queria assim dizer,
Ah! não pode ser dito. Eu sou feliz,
Mas não tenho esse esplêndido poder.
Eu sou o meu enérgico juiz:
Ah! como posso, indócil, escrever
Que a amo? Se não posso, de infeliz
Choro no poetar de meu viver.
Era como apagar a luz do sol,
Como encobrir a graça do arrebol,
Impedir o pulsar do coração.
Minha linda, por isso me abstenho
De lhe escrever, e, nestes versos, venho,
De joelhos, pedir o seu perdão!