SONETO TRISTE
Quando velhinha de cabelos brancos
Pela casa arrastando os seus chinelos,
Noventa aninhos, e sorrisos francos,
Há de lembrar dos casos tão singelos:
Há de lembrar dos gritos, dos arrancos
De Gertrudes, papos alegres, belos,
Tricotando os farsantes, saltimbancos,
A lingüinha e os bonecos amarelos.
E há de rir, que ninguém saiba o por quê.
Nós dois no mundo virtual, você
Brigando, e eu com meus ciúmes infernais.
Aproveite, menina, a sua vida:
É jovem, linda, pura, tão querida.
O restante é saudade e nada mais!