O BEIJO NO ADRO

Verdeja o campo e o gado pascendo

Faz me lembrar da infância afastada

Da broa de milho, canjica e coalhada

Cheiro de talco, meu irmão nascendo

O meu cavalgar na longa estrada

Vate na feira folheto vendendo

A casa amarela toda murada

Na minha fuga o muro vencendo

É gente que vai, é gente que vem

Com cores primárias eu pinto o quadro

E vou construindo a vida de aquém

Uma vez ou outra falha o esquadro

Porque desse hiato a mente é refém

Porém não esqueço o beijo no adro