UM GRITO NA NOITE
Era noite alta, escura, sem ter lua,
Enterrada em tremenda solidão
Quando ouvi na minha pacata rua
Um grito de mulher em aflição!
No momento pensei em falcatrua,
Em mulher de programa e perdição,
E não fui acudi-la... seminua!
Não paravam os gritos... Judiação!
Então fui ver, coitada...Que cruciante!
Deu-me terrível dó naquele instante
E atacou-me uma hostil curiosidade.
E chegando ao local com tal cuidado
Foi que vi, com tristeza e envergonhado:
Quem gritava era a minha mocidade!
Salé, 17/01/11, às 09h 22min Lucas