Soneto de Instância

Não deixes, meu amor, que a alegria

Acabe; que, depois, na solidão,

Quando se entende a falta da razão,

Quando se vê envolto em agonia,

É duro, meu amor, perder o gosto,

Ver-se quedo e calado enquanto o peito

Rói-se em urros, rasgado, tumefeito

Em um pejoso canto a contragosto.

Lembra as flores, amor, lembra os passeios

Os recreios no mar, as ondas, nós!

Tantas glórias vivemos, ais sem fim!

Não deixes, meu amor, por um bobeio,

Que tudo se acabe para nós...

Não deixes que eu me vá, amor, de ti.

(www.eugraphia.com.br)

Leonardo Antunes
Enviado por Leonardo Antunes em 09/12/2006
Código do texto: T313303