Migalhas, afinal...

Maria, menina bobinha que tanto amou,

garota sem graça que de graça se encheu,

o coração, a alma, tudo entregou,

sem medo, sem pejo, a quem a escolheu.

Maria que desejou dar bem mais que um quinhão

e, culpada por tão pouco oferecer, a pobre sofria.

Seu pensamento, desejo, sua alma e coração,

mas, não seu tempo, nem a rotina do dia a dia.

Ah Maria! Pedes perdão pelo engano agora,

oferecestes migalhas, sobras da farta mesa, afinal,

exuberante, imaginando ser o prato principal.

Aquele a quem amastes, do nada, foi embora...

E Maria, perdida, ferida, cansada, de olhos no chão

a procura das migalhas do seu coração.

Lidia Sirena Vandresen

Lídia Sirena
Enviado por Lídia Sirena em 10/12/2011
Código do texto: T3380929
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