Falando de Amor (soneto duplo)

Falando de Amor (soneto duplo)

É inútil querer fingir que não te amo

É tão fútil como um frágil desengano

Ato malcontente dum amor profundo

Estranho desatino a complexar o mundo

Bem que eu poderia, qual um moribundo

Nos fúnebres lamentos, últimos segundos

Esquecer-me de ti, de tuas feições primor

Não lembrar-me mais de meu imenso amor

Assim não quer a vida, a paixão tem preço

O triste pagamento, é tudo que mereço

A dor da saudade, é minha companheira

O tempo implacável, traga-me a ilusão

Como a devorar-me a alma e o coração

Tu, foste o sonho, que sonhei a vida inteira

II

Fogem-me os sentidos, em busca de espaço

Noite e dia, vejo em você, meu fracasso

A cada dia que nasce, renovo a esperança

Mas tu não retornas, tua ausência cansa

A cada manhã, desabrocha o meu sonho

Devastado pela solidão, vivo tristonho

Cruel solidão, que aporta este mundo

Ansiedades, angustias, são panos de fundo

Inesquecível lembrança, profundo amor

Imenso vazio, tristeza, aflição e dor

Só um conto de fadas, dará outro rumo

Navegando meus sonhos em tuas fantasias

Voltarei a sorrir, e a viver harmonias

Ternura infinita, contigo, me aprumo

São Paulo, 29/01/2012

Armando A. C. Garcia

Visite meu blog: http://brisadapoesia.blogspot.com